sexta-feira, 10 de setembro de 2010

XXXXVII Encontro Nacional C.F.

Mais que uma simples frase, “reparte com alegria” é, ou deveria ser, um dos maiores lemas dos cristãos.
Repartir, partir pelos outros,dar sem receber, entregar,
tudo com alegria, com sinceridade com coração puro.
Repartir com alegria como? O quê?
Numa sociedade cada vez mais dominada pelo ego que leva ao individualismo,ao bem-estar pessoal numa ilusão aparente de “felicidade”, a partilha e o repartir com
os outros, vão-se perdendo, dando lugar ao “vender”, ao interesse, ao que dá lucro material ou humano. Talvez por isso, no meio deste “egoísmo dissimulado”, em vez de
alegria, cada vez se sinta mais tristeza, mais desumanidade, mais solidão, mais, mais...
A mensagem do próprio Jesus leva-nos a meditar neste sentido da partilha. “Amai-vos
uns aos outros”, não é mais do que esse repartir de mim pelo outro, por muitos outros
que rodeiam a minha vida. É o darmo-nos sem reservas, recebendo apenas a alegria
desta entrega, a alegria do amor. A gratuitidade é um dos mais belos dons do verdadeiro amor, e é esse que deve fazer brilhar em nós a luz da verdadeira alegria.
Cada vez se vê menos esse repartir. O repartir da vida, do nosso tempo com o irmão,
com os filhos, no casal, com os pais... o repartir de tempo para a construção de uma sociedade melhor, mais justa, mais fraterna... o repartir do amor, o repartir desse mesmo Jesus que conhecemos e sentimos, mas que muitos não reconhecem e não o vêm. Talvez devamos até repartir, ou melhor, entregar- Lhe a Ele a nossa própria vida, as nossas acções, para que através de nós Ele se faça ver, se faça sentir, e mais uma vez se torne a repartir na alegria do outro. Pois o verdadeiro mistério do amor é o
tornar-se tanto maior quanto mais se divide e se reparte por todos. Assim, a nossa vida deve ser marcada pela presença desse Deus- Amor, sendo repartida pelos outros em gestos de bondade, de carinho, de serviço, de missão...
A nossa peregrinação anual em Fátima é pois momento para reflectir sobre este dom
da partilha. Que sintamos a verdadeira alegria no repartir dos nossos dons, naquilo que cada um de nós tem e é, para que sejamos mais que um agrupamento de cores no santuário …para que sejamos um arco-íris vivo, alegre e em “Movimento” Fraterno nesta
terra de peregrinação.
(Jornal Balada da União)

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